Você pode nunca ter pensado nisso, mas sabia que enquanto está na cadeira do escritório trabalhando pode ter algum colega da sua empresa no banheiro chorando? Triste, mas é a realidade de alguns profissionais do mercado.

No mês passado, atendi um cliente que disse que não aguentava mais o trabalho e que por vezes já se encontrou no banheiro da empresa chorando insatisfeito com todo aquele ambiente.

Vejo que isso está se tornando cada vez mais comum, principalmente no momento em que as empresas precisam reduzir custos para sobreviver no mercado. Com isso, os funcionários acabam sendo sobrecarregados e é gerada parte da insatisfação.

É normal nas redes sociais ver pessoas comemorando a chegada da sexta-feira e lamentando o final do fantástico no domingo à noite. Ou pior ainda, já me deparei com profissionais que preferem doar sangue ou até mesmo ir para o hospital para evitar o dia a dia no trabalho.

Se isso está acontecendo com você é melhor parar e identificar antes que o problema se agrave ainda mais. Pense no seu filho ou sua mãe com febre. No início, quando a temperatura corporal está um pouco alta, você vai apenas observando. Ao passo que a temperatura vai aumentando, imediatamente você corre para o hospital para examinar o que está acontecendo.

É exatamente dessa forma que acontece com nossa carreira. Não podemos deixar que nossa vida profissional entre nesse vulcão para tomar qualquer tipo decisão. Infelizmente se a mudança não acontece por amor, será na dor que você vai mudar.

Separei cinco pontos para você fazer uma segura e assertiva transição de carreira para acabar definitivamente com essa febre. Minha ideia não esgotar o tema, mas apenas direcionar de forma simples como entrar em ação:

1 – Clareza: o que você quer mudar? Empresa, área, líder ou função? Para você avaliar é importante se fazer algumas perguntas: você gosta da empresa que trabalha, mas está insatisfeita com sua área? Gosta da sua área, mas quer mudar de função dentro da própria área? Adora a função que exerce, mas está descontente com a empresa ou líder? Com certeza essas perguntas podem te ajudar a identificar seu desconforto e dar um passo inicial para o próximo nível.

2 – Autoconhecimento: saber o que você valoriza e utilizar suas competências são fundamentais dentro de um processo de transição de carreira. O importante aqui é você saber quais são seus valores e talentos e principalmente avaliar se eles serão considerados na mudança.

3 – Planejamento Financeiro: em algumas situações, a transição profissional envolve perdas financeiras. Você já pensou em qual valor financeiro está disposto abrir mão para fazer essa mudança? Quantos salários ou valor precisará juntar para transição?

4 – Qualificação: a mudança exigirá alguma qualificação específica? Lembre-se que a maioria das áreas não exige uma nova graduação para mudança, portanto, foque em estudar (bastante) em cursos que vão lhe oferecer um resultado de curto ou médio prazo e principalmente aplique todo conhecimento aprendido.

5 – Ação: agora é a hora de entrar em movimento. Trabalhe sua rede de relacionamento, escolha um mentor, faça projetos na nova área ou função, mas principalmente aja de forma direcionada e constante em rumo ao seu objetivo.

Lembre-se que você passa 70% de todo seu tempo trabalhando. Se não se sente bem nesse ambiente, pode ter certeza que isso está custando muito caro e as pessoas que você mais ama estão pagando esse preço também. Pois, é provável que depois de vários dias tensos no trabalho, dificilmente você conseguirá estar de corpo e alma presente para família.

Não adianta querer ter a vida dos sonhos se você não está bem com sua carreira. O seu campo energético pode estar sendo duramente afetado e toda essa energia negativa voltará para você.

Se for para chorar escondido no banheiro, que seja para comemorar um aumento salarial ou promoção para ninguém ver, combinado?


Edgar Nascimento é Personal & Professional Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching. Graduado em Administração de Empresas e Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Pessoas pela Fundação Instituto de Administração (FIA/USP). Membro da ABRH-SP (Associação Brasileira de Recursos Humanos) e autor de artigos sobre Gestão de Carreira. Especialista em Transição de Carreira e Recolocação Profissional.